terça-feira, 11 de setembro de 2012

Brasil domina 'carrascos', vence a França e é tricampeão no futebol de 5- Futebol de 5- Paralímpiadas- Londres 2012

Severino Gabriel futebol de 5 Brasil  (Foto: Reuters) No campo, a França não costuma trazer boas recordações para o futebol brasileiro em partidas decisivas. Carrascos nas Copas do Mundo de 1986, 1998 e 2006, os Bleus queriam repetir o feito nos Jogos Paralímpicos de Londres. Mas, com dois títulos nas costas, a equipe do Brasil do futebol de 5 não tremeu. Com grande atuação de Ricardinho e Jefinho, venceu os franceses por 2 a 0 e conquistou o tricampeonato da competição na tarde deste sábado.
                   Com o título, a seleção mantém sua soberania em Jogos. Até aqui, o Brasil foi campeão nas três edições em que o futebol de 5 esteve presente nas Paralimpíadas: em Atenas 2004, Pequim 2008 e em Londres. Marquinhos, Bill e o goleiro Fábio foram os únicos que estiveram em todas as conquistas.
                    O Brasil chegou, então, ao recorde de 18 medalhas de ouro nos Jogos Paralímpicos. Já são duas a mais do que nas Paralimpíadas de Pequim, em 2008.
                     Ricardinho celebra campanha, e Jefinho já pensa na festa
                    Presente em todos os três títulos paralímpicos, Bill foi um dos jogadores mais festejados após a conquista. Além de marcar o primeiro gol, de pênalti, o camisa 9 anulou o francês Frederic Villeroux. De estilo de jogo viril, o paraibano elogiou a postura da equipe.
                     - Os franceses têm crescido a cada ano. Sabíamos que o jogo seria difícil. Na estreia (empate em 0 a 0 na estreia), a pegada já tinha sido dura. Nós nos reunimos e falamos que tínhamos de chegar mais forte na marcação, ter mais raça. Fizemos isso e vencemos.
                     Já o baiano Jefinho só pensava na comemoração na volta para Salvador. Após uma participação tímida na semifinal, onde ficou a maior parte do tempo no banco por conta de uma lesão, o atacante foi decisivo ao marcar o segundo gol.
                     - Agora, eu quero festa na Bahia. Quero música animada, um axé legal. Tenho certeza que já estão preparando para nossa chegada. A medalha é nossa.
                     O melhor em campo, porém, foi Ricardinho. Apesar de não deixar sua marca, o camisa 10 impressionou o público inglês com arrancadas imparáveis e por pouco não fez um golaço, ao driblar todos os quatro adversários franceses e carimbar o travessão. Melhor do mundo em 2006, ele chamou a atenção para campanha perfeita do Brasil, mesmo tendo enfrentando China e Argentina (finalistas em 2004 e 2008), a Turquia e duas vezes a França.
                      - Esperávamos que fosse difícil, como foram as últimas duas conquistas. Em 2004, foi nos pênaltis. Em 2008, fizemos o gol faltando 30 segundos. Dessa vez, conseguimos abrir 2 a 0 e os últimos minutos foram com menor risco, mas a campanha foi dificílima. A semifinal foi complicada contra a Argentina e se colocar na balança foi tão suado quanto as outras.
                      Herói na semifinal, o goleiro Fábio, que não sofreu um só gol na competição, era um dos mais animados com a conquista. Também presente em Atenas e Pequim, ele dedicou a medalha a filha Júlia, que nasceu no último dia 20, quando a delegação brasileira já estava na Inglaterra.
                       - Eu precisava levar essa medalha para ela. Só a conheço de foto, pela internet. O objetivo maior era levar o título, questão de gol não faz diferença. A equipe é muito forte. Sabíamos que a França era difícil, mas jogamos muito bem. Nunca vivemos do passado, treinamos cada vez mais. Isso tem feito a diferença.
                        Bill abre o placar
                        Com pouco mais de três minutos de jogo, Ricardinho teve a primeira grande chance de marcar. O camisa 10 ficou de frente para o gol, mas o goleiro Jonathan Grangier conseguiu evitar que o Brasil abrisse o placar em Londres. Quatro minutos depois, Villeroux deu a resposta. O craque da França driblou dois zagueiros e ficou de frente para Fábio, mas chutou para fora. 
                         Aos 10 minutos, Ricardinho fez nova grande jogada pela esquerda ao driblar dois marcadores. Mas, ao chutar, Maya conseguiu evitar que a bola fosse em direção a Grangier. O brasileiro voltou a chutar com perigo, mas o goleiro francês fez a defesa. Na sequência, o principal jogador do Brasil na partida voltou a fazer o que quis com a defesa rival, mas foi parado com falta. Na cobrança, mandou na barreira.
                         Melhor jogador do mundo, Jefinho, que enfrenta dores nas pernas, também teve seu momento de brilho. Após três dribles sobre os rivais, o brasileiro chutou bem, mas a bola saiu à direita do goleiro francês.
                         Fábio, que já havia brilhado na vitória do Brasil contra a Argentina na semifinal, voltou a aparecer bem ao defender um chute a queima-roupa de Villeroux. Aos 22, o primeiro gol. Ricardinho recebeu à frente de Grangier, e, marcado por todos os jogadores da seleção francesa, sofreu o pênalti. Na cobrança, Bill mandou a bomba e abriu o placar para o Brasil.
                          Pouco antes do intervalo, Fábio voltou a brilhar. O Brasil estourou o limite de faltas, e a França teve a chance do empate com o tiro de oito metros. David Labarre foi para a cobrança, mas o goleiro brasileiro fez bela defesa com o pé. A defesa garantiu a vantagem da seleção, que foi com a vitória parcial para o vestiário.
                           Jefinho amplia, e Brasil é tri
                          O Brasil voltou para o jogo com Gledson no lugar de Jefinho. Aos 4 minutos, Ricardinho voltou a fazer boa jogada e foi parado com falta por Villeroux, que levou o amarelo. Com uma marcação certeira, o Brasil não deixava que os rivais criassem boas chances. E, ainda assim, partia para o ataque.
                           Jefinho, que entrou durante a etapa no lugar de Ricardinho, driblou dois zagueiros e, sozinho, chutou. Grangier, no entanto, fez grande defesa para a seleção. O craque teve outra boa chance logo depois, mas Labarre fez o corte.
                            Mas o gol não demorou a sair. Jefinho fez jogada genial pela esquerda, voltou a fazer uma fila na defesa francesa e chutou. A bola ainda tocou no zagueiro rival antes de entrar em ritmo lento: 2 x 0, e o tri cada vez mais próximo.
                             A França pressionou até o fim, mas Fábio garantiu o resultado com defesas importantes, como no tiro de oito metros cobrado por Villeroux. Ricardinho ainda teve outra grande chance, mas mandou para fora. Nem precisava. No apito do juiz, a festa pelo terceiro ouro da seleção já estava armada.
                                By: sportv.com.br

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