Murray vai a final de Winbledon e quebra tabu

 Um dos maiores jejuns do tênis britânico está quebrado. Andy Murray está na final do Torneio de Wimbledon. Com uma grande dose de drama e uso do replay no match point, o escocês de 25 anos freou a reação do francês Jo-Wilfried Tsonga, fez 6/3, 6/4, 3/6 e 7/5 e se tornou o primeiro tenista do Reino Unido a alcançar a final do torneio desde 1938. O inglês Bunny Austin, vice-campeão naquela temporada, havia sido o último.
        Em sua quarta final de Grand Slam (foi vice no US Open em 2008 e nos Australian Opens de 2010 e 2011) e correndo atrás de seu primeiro título em um torneio deste porte, Murray ainda tem outro tabu duríssimo a quebrar: precisa vencer para se tornar o primeiro britânico a conquistar Wimbledon desde 1936. O inglês Fred Perry foi o último a fazê-lo.
         O rival de domingo será o hexacampeão, Roger Federer, que vem de uma imponente vitória sobre Novak Djokovic. O suíço, além de lutar pelo sétimo título no All England Club, precisa da vitória para reassumir o posto de número 1 do mundo e se tornar o tenista que mais passou tempo na liderança do ranking. Por enquanto, esta marca pertence a Pete Sampras, que ocupou o topo da lista por 286 semanas. Federer acumulou 285 até agora.
                               Domínio no começo
          Murray começou melhor o jogo, errando menos e sendo mais agressivo do que de costume. A tática deu certo logo no segundo game, quando uma boa esquerda lhe deu a primeira quebra da partida. Tsonga demorou a calibrar os golpes e só conseguiu ameaçar no quinto game. O francês teve dois break points, mas mandou uma direita na rede e viu o britânico acertar um bom forehand cruzado na sequência. Dois aces asseguraram o serviço ao tenista da casa, e Murray manteve a vantagem até selar o set com um 6/3.
          A segunda parcial também começou com Murray melhor do fundo de quadra. O escocês teve dois break points no quinto game, mas o francês se salvou, primeiro, com uma boa subida à rede e, depois, com uma devolução arriscada do britânico que saiu por pouco. Um retorno vencedor, porém, deu uma terceira chance a Murray, e Tsonga errou uma direita para ceder a quebra. O francês, que venceu apenas dois pontos de devolução em todo set, jamais ameaçou o serviço do escocês. O tenista da casa fez 6/4 e abriu 2 sets a 0
          Tsonga pediu atendimento médico no intervalo e, quando a terceira parcial começou, Murray bobeou. Após cometer apenas quatro erros não forçados em dois sets, o britânico abriu a parcial com uma dupla falta e uma direita na rede. O francês aproveitou a chance e conseguiu sua primeira quebra no jogo. O momento instável de Murray durou pouco, mas Tsonga passou a sacar melhor. O francês salvou três break points e não cedeu o saque até o fim.
           O nono game, último da parcial, ainda teve um momento curioso. Em uma subida à rede do francês, Murray disparou a bola com força na direção do rival, que foi atingido na região da virilha e ficou caído no chão. Tsonga demorou, mas se levantou, e confirmou o serviço para fazer 6/3 e estender a partida até o quarto set.
           A agressividade de Murray voltou a prevalecer no quarto game do quarto set. Após uma dupla falta do oponente, o britânico se impôs e chegou a dois break points. Uma bela direita forçou um voleio difícil de Tsonga, e Murray conseguiu a quebra na bola seguinte. O placar mostrava 3/1, mas o francês ainda reagiria. Com belas esquerdas, executadas com uma só mão (Tsonga normalmente segura a raquete com as duas mãos no backhand), Tsonga atacou logo em seguida e devolveu a quebra. Outra esquerda vencedora, esta com as duas mãos, empatou o jogo em 3/3.
                         Replay decide o jogo
           Murray não se abalou. No oitavo game, conseguiu uma bela passada e, depois de forçar um voleio errado do oponente, teve dois break points. Tsonga, contudo, foi perfeito. Salvou-se do primeiro com um lindo voleio e do segundo com uma bela direita após recuperar-se de um lob. Murray saltou para tentar devolver a bola, mas não teve sucesso. O francês confirmou o serviço e fez 4/4.
           No nono game, foi a vez de Murray sair de um 15/40, graças a um bom saque e a uma devolução para fora de Tsonga. O britânico atravessava seu pior momento no serviço, mas o francês não aproveitava o segundo saque do rival. No décimo game, sem margem para erro, o número 6 do mundo sucumbiu. Cometeu dois erros no começo do game e, quando errou um voleio, deu dois match points a Murray. Logo no primeiro, o britânico acertou uma linda devolução cruzada. O juiz de linha marcou bola fora, mas o número 4 do mundo pediu o replay. Com o público de pé e gritando, a repetição mostrou a bola tocando na linha. Game, set, match, Murray.


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