domingo, 7 de outubro de 2012

Barcelona 2 x 2 Real Madrid

 messi cristiano ronaldo real madrid x barcelona (Foto: EFE) Mais de 96 mil torcedores no Camp Nou  acompanharam, neste domingo, tudo o que um Barcelona x Real Madrid pode oferecer de melhor: gols, craques, emoção, polêmicas, protestos e dois “monstros”, merecidamente apontados como os grandes jogadores da atualidade. Com tudo em excesso, para ficar ainda mais saboroso, Messi e Cristiano Ronaldo marcaram dois gols cada e protagonizaram um duelo que mais lembrou uma decisão de campeonato do que uma simples partida da 7ª rodada da Liga Espanhola. No fim, o empate por 2 a 2 foi merecido, já que seria uma tremenda injustiça se o argentino ou o português saísse derrotado de campo.
                          Após a partida, o técnico José Mourinho resumiu o que foi o show da dupla:
                          - Messi e Cristiano Ronaldo são de outro planeta - disse o português, em entrevista coletiva.
                          O empate manteve o Barcelona na liderança do Campeonato Espanhol, com 19 pontos. O Real, por sua vez, está em sétimo, com 11.
                           O grito de independência
                           Um clássico como Barcelona x Real Madrid começa muito antes de a bola rolar: provocações, mistério e até questões políticas e históricas fazem parte do pré-jogo. E esse não foi diferente. O deste domingo, em especial, foi ainda mais rodeado de carga política do que o habitual. Impulsionados pela atual crise econômica na Espanha, os catalães aproveitaram a oportunidade para voltar a pleitear a separação do resto do país. Um protesto, em forma de mosaico oficial do Barcelona feito por 95.270 catalães no Camp Nou, que só não tomou todo o estádio porque 730 valentes merengues se atreveram a ir a Barcelona.
                           No quesito futebol, os mistérios começaram a ser desfeitos cerca de 30 minutos antes do apito inicial. Sem Piqué e Puyol – lesionados -, Tito Vilanova surpreendeu e escalou três jogadores – todos improvisados – na zaga: os volantes Mascherano e Busquets, e o lateral brasileiro Adriano. A ousadia abriu ainda mais espaço para os craques, e a linha de frente do Barça foi formada por Dani Alves, Xavi, Iniesta, Alba, Fábregas, Pedro e, claro, Lionel Messi. Do outro lado, Özil ganhou a disputa com Modric e Kaká e foi a escolha de José Mourinho para municiar o ataque merengue, formado por Di María, Cristiano Ronaldo e Benzema.
                            Começo amarrado
                            Com a bola rolando, um jogo pegado, disputado e com poucas chances de gol no início. Com expressões tensas, os dois times se preocuparam primeiro em anular o adversário, apesar das escalações ofensivas. O primeiro lance de perigo ocorreu somente aos 12 minutos. E foi do Real Madrid. Após boa troca de passes com Özil, Cristiano Ronaldo cruzou da direita. Benzema, de voleio, tentou repetir o golaço que fez contra o Ajax, na última quarta-feira, mas pegou muito mal na bola.
                            Sem lances mais agudos, as atenções se voltaram para as arquibancadas. Aos 17 minutos e 14 segundos, a torcida catalã, como prometido, se levantou, ergueu as bandeiras da Cataluña e protestou aos gritos de “independência”. O horário escolhido foi por conta da Diada, o dia da Catalunha, que se refere a 11 de setembro de 1714, quando a região caiu após mais de um ano de resistência ao cerco imposto pelas tropas do rei de Espanha, durante a Guerra da Sucessão.
                            Futebol e gol para calar o Camp Nou
                            Apesar da atmosfera hostil, o Real Madrid não se intimidou e foi buscar no futebol a melhor maneira de calar os catalães. Aos 19, Sergio Ramos aproveitou cobrança de escanteio para cabecear rente à trave. Três minutos depois, o Camp Nou ficou em silêncio por frações de segundo que pareceram uma eternidade. Em bela jogada, que começou com passe de calcanhar de Marcelo, a bola chegou a Benzema, que encontrou Cristiano Ronaldo livre na esquerda. De canhota, o português chutou entre Valdés e a trave para fazer 1 a 0. Na comemoração, Cristiano Ronaldo, que marcou nos últimos cinco clássicos no Camp Nou e fez seis gols nesses confrontos, fez com as mãos o sinal para a torcida do Barca “abaixar a bola”.
                            Por alguns instantes, os experientes jogadores do Barcelona sentiram o gol. Tanto que, com o adversário desorganizado, o Real Madrid esteve muito perto de ampliar. Dois minutos após sair na frente, Benzema recebeu de Di María na área e carimbou a trave. No rebote, o argentino chutou, mas a bola foi para fora. Para piorar a situação do Barcelona, Daniel Alves sentiu uma fisgada e deu lugar a Martín Montoya. Convocado pelo técnico Mano Menezes para os amistosos contra Iraque, no dia 11, e Japão, cinco dias depois, o lateral passa a ser uma preocupação para a seleção brasileira.
                             Messi empata
                             Quem tem Messi, porém, nunca pode ser dado como morto. Justamente quando o Real Madrid era o dono da partida e vivia seu melhor momento no jogo, o argentino deixou tudo igual no Camp Nou. Pedro cruzou da direita, a zaga do Real bateu cabeça, e a bola sobrou limpa para Messi estufar a rede de canhota: 1 a 1. O luso-brasileiro Pepe, talvez para disfarçar sua falha no lance, pediu falta na jogada. O tento também serviu para quebrar o pequeno jejum de três jogos pelo qual passava Messi.
                              Cem quilômetros por hora é pouco para descrever a velocidade com que começou a etapa final. Antes de o segundo tempo completar um minuto, o Real já reclamava de um lance polêmico. Özil recebeu de Cristiano Ronaldo na área, girou e caiu pedindo pênalti. O árbitro mandou seguir. Na sequência da jogada, Messi disparou em contra-ataque, e o Barcelona só não virou a partida porque Sergio Ramos conseguiu interceptar antes que a bola chegasse a Pedro.
                               Com o argentino a fim de jogo, as coisas começaram a clarear para o Barcelona. Já para o Real... Faltas duras eram a única solução encontrada pelos defensores merengues para parar Lionel Messi. E foi justamente em uma delas, de Pepe sobre o próprio camisa 10 catalão, aos 15 minutos, que o Barça virou. Da intermediária, Messi cobrou com perfeição e fez seu 100º gol no Camp Nou em jogos pelo Campeonato Espanhol e o 17º contra o Real Madrid, ficando a apenas um do recorde de Di Stéfano, maior artilheiro do "El Clasico".
                                Foram cutucar CR7...
                                 Após a virada, os dois treinadores mudaram no minuto seguinte. Tito trocou Fábregas – apagado em campo – pelo chileno Alexis Sánchez. Já Mourinho colocou Higuaín no lugar de Benzema. E em campo, o Real não se intimidou e foi em busca do empate. Aos 19, após cruzamento da esquerda, Cristiano Ronaldo tentou uma bicicleta, furou e caiu de costas no chão, sendo ironizado por mais de 90 mil torcedores no Camp Nou. Foi um erro dos catalães.
                                Cutucado, o português precisou de apenas um minuto para dar a resposta. Após passe milimétrico de Özil, Cristiano Ronaldo recebeu livre e, em posição regular – já que o brasileiro Adriano dava condição –, bateu na saída de Valdés: 2 a 2.
                                 Kaká entra no fim
                                Que jogo! Se já era ótima, após o empate do Real Madrid a partida ficou sensacional. Com os corações nas pontas das chuteiras, os dois times se lançaram ao ataque, deixando mais do que claras suas intenções no clássico. Higuaín, Messi e Di María estiveram muito perto de marcar. Aos 35, Mourinho, enfim, mandou Kaká para o jogo. O brasileiro entrou no lugar de Özil mas, em pouco mais de dez minutos em campo, apareceu mais na marcação do que na armação.
                                No fim, no último suspiro da partida, Montoya recebeu na entrada da área após linda troca de passes em velocidade do Barcelona e carimbou o travessão. Faltou muito pouco para o Barcelona chegar ao terceiro gol. Apesar disso, não resta dúvida de que os 96 mil torcedores que estiveram no Camp Nou neste domingo saíram satisfeitos com o que viram em campo, independentemente do resultado final. Tanto que os protestos deram lugar aos aplausos após o apito final.
                                By: globoesporte.com

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